Algoritmos na bolsa de valores
Trabalho na bolsa como daytrader/scalper em full time. Graças a este trabalho diário de dedicação de mais de 10 horas diárias, quase que sem intervalos, tenho a oportunidade de prestar a atenção em vários padrões de negociação. O que eu tenho notado é que as corretoras, principalmente estrangeiras operam sempre com cinco padrões de operações automáticas bem definidos(Algoritmos). Estes algoritmos aplicados por determinado período de tempo (de 5 min até pelo dia todo) alteram significativamente o preço dos ativos. Na prática eles fazem os preços. É, meu amigo leitor, a coisa é mais em baixo. Em função destas observações, pesquisei mais profundamente o assunto. Abaixo vão algumas das conclusões.
Conceito
Muitas definições podem ser dadas à palavra algoritmo. Atualmente, tem-se associado o termo algoritmo à computação, mas este não é um termo restrito à computação ou que tenha nascido com ela.
Vejamos algumas definições de algoritmo:
Um procedimento passo a passo para a solução de um problema.
Uma seqüência detalhada de ações a serem executadas para realizar alguma tarefa.
Assim, por exemplo, as ações que são necessárias para se fazer um balancete, constituem um algoritmo. Outro exemplo clássico de algoritmo é a descrição de uma receita de culinária.
Algoritmos em Computação
Imagine se você fosse pedir para um computador/robô abrir uma porta. O que aconteceria? Para o computador/robô conseguir abrir a porta você teria que colocar uma série de comandos em seqüência para que ele executasse um por um até abrir a porta.
Ex: 1o – Levante, 2o Vire-se 30 graus para a direita, 3o Dê 5 passos para frente, 4o levante o braço 25 cm,5o coloque a mão na maçaneta, 6o Gire a maçaneta 90 graus no sentido anti horário, 7o Puxe a porta.
A maquina precisa receber todos os passos de um processo para conseguir executa-lo, como se fosse uma receita. Isso é algoritmo aplicado a computação.
Aplicação em Bolsa de Valores
“O que acontece, de modo geral, é que as empresas criam determinadas estratégias, montam programas baseados em algoritmos e automaticamente eles disparam ordens dentro da estratégia estabelecida, ou de compra ou de venda, diretamente no book de preço da bolsa”, detalha Edison Marcelino, diretor de renda variável da corretora Finabank.
As vantagens dos algoritmos
Um exemplo clássico de algoritmo é o chamado VWAP (Volume Weighted Average Price), que busca preços médios de ativos no mercado. Por exemplo, supondo que um cliente peça a uma corretora que venda R$ 500 milhões de ações da Petrobras. Caso isso seja feito de um dia para o outro, derrubará o mercado. Então o que o algoritmo faz é analisar o mercado e executar as ordens em cima de uma lógica matemática buscando o preço médio e otimizando os ganhos. Os algoritmos são desenvolvidos para diferentes tipos de estratégia, como arbitragens entre ações e opções, compra e venda de volatilidade e operações de fluxo de um ativo. Para cada tipo de estratégia (compra/venda) há um algoritmo automático de negociação. As corretoras estrangeiras que operam com grande volume só operam desta forma.
Algoritmo para Pessoa Física
Essa não é uma operação para pessoa física. Como a margem é muito pequena, o volume financeiro deve ser substancial para poder rodar um algoritmo desses. “Ele não funciona com R$ 1 milhão, ele vai funcionar com R$ 100 milhões, os custos envolvidos neste processo são muitos altos, distanciando ainda mais o investidor de varejo.
Tipos de Algoritmos Utilizados
Entre os algoritmos mais usados, e que já estão adequados aos padrões nacionais, estão TWAP, VWAP, Volume Participation, Best Offer e SpredMaker. Para entender um pouco melhor, abaixo uma breve explicação da funcionalidade de cada um:
TWAP: algoritmo desenvolvido para fazer parcelamento de ordens de forma regular em intervalos de tempo pré-determinado. Evita deslocamento do mercado. Também diminui a volatilidade do papel.
VWAP: algoritmo desenvolvido para fazer parcelamento de ordens de forma a negociar de acordo com o volume negociado no mercado, buscando o preço médio do intervalo.
Volume Participation: possibilita ao investidor participar da movimentação do mercado com percentuais pré-designados de acordo com o volume de negociação que o papel apresenta.
Best Offer: o nome já define sua função. Ou seja, o investidor sempre estará posicionado com a melhor oferta de compra ou venda de um determinado papel. Ele aguarda a movimentação do mercado e se posiciona de acordo com valores de momento.
SpreadMaker: possibilita executar spreads entre quaisquer ativos. Serve para montar diversos tipos de operações financeiras como financiamento, reversão, travas e borboleta, entre outros.
Espero ter esclarecido e colaborado um pouco mais para o conhecimento geral dos traders que acompanham regularmente o blog do Christian.
Artigo escrito pelo colaborador Francisco Zanette.
https://www.chrinvestor.com/2009/07/02/algoritmos-na-bolsa-de-valores/