GOL derrete na bolsa e tem maior queda em 4 anos

17/08/2012 13:22

 

Papéis despencaram até 13,3% no pior momento do dia

 
São Paulo – As ações da GOL (GOLL4) despencaram na bolsa nesta terça-feira após a empresa apresentar o resultado do segundo trimestre com  um prejuízo líquido de 715,1 milhões de reais e revisar para baixo as projeções para o ano. Na mínima do dia, os papéis dac companhia aérea caíram 13,3%, negociados a 9,50 reais. É a maior queda em um dia desde setembro de 2008, no auge da crise financeira.
 

“Apesar de a Gol estar realizando iniciativas positivas para controle de custos, o impacto do câmbio na rentabilidade não pode ser ignorado. Esse cenário difícil combinado com mudanças na administração, o recente rali nas ações e o fato de o CADE ainda não ter aprovado a fusão com a Webjet nos mantêm cautelosos”, explicam os analistas do Citi, Stephen Trent e Raian Santos.

O prejuízo foi quase o dobro do visto no ano passado, de 358,7 milhões de reais. Analistas consultados pela Reuters estimavam, em média, prejuízo líquido de 292,1 milhões de reais no segundo trimestre. As contas da GOL foram corroídas pela combinação de maiores despesas com tarifas aeroportuárias, custos com combustíveis e a alta do dólar em relação ao real. Apenas o dólar gerou perdas de 658 milhões de reais, ou seja, aproximadamente de 92% do prejuízo trimestral.

Segundo o recém-empossado presidente da companhia, Paulo Kakinoff, o balanço reflete “a combinação mais adversa de fatores registrada em nossa série histórica”, disse durante uma teleconferência. A geração de caixa da empresa voltou a ficar negativa (-354,6 milhões de reais) apesar dos esforços para conter os custos, ressalta o analista do BB Investimentos, Leonardo Ribeiro Nitta.

O que esperar?

A própria GOL admitiu o cenário desafiador para o restante de 2012, mesmo enxergando espaço para melhora em suas operações. “O segundo semestre vai ser melhor, mas não muito”, projetou Kakinoff. A empresa espera agora terminar o período com uma margem operacional negativa, além de uma demanda menor no mercado doméstico e também da oferta de assentos.

“Os resultados do segundo trimestre foram fracos, mas operacionalmente em linha. O lucro líquido foi afetado pelo câmbio. Entretanto, com o pior para trás de nós, a melhora no segundo semestre parece promissora com um ambiente competitivo racional e a reorganização da administração”, ressalta Nicolai Sebrell, analista do Morgan Stanley, em relatório.

 

  
 

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