Gol sofre prejuízo de R$ 715,1 mi no 2º trimestre e revisa projeção
SÃO PAULO, 14 Ago (Reuters) - A companhia aérea Gol dobrou no segundo trimestre o resultado negativo sofrido um ano antes, impactada por uma combinação de desvalorização do real frente ao dólar e custos elevados com combustível. O resultado fez a empresa estimar que terminará 2012 com margem de lucro operacional negativa.
A segunda maior companhia aérea do país encerrou o segundo trimestre com prejuízo líquido de 715,1 milhões de reais, praticamente o dobro do resultado negativo apurado um ano antes, de 358,7 milhões de reais.
Com isso, a companhia fechou o primeiro semestre com prejuízo líquido de 756,5 milhões de reais, mais que o dobro da perda de 289,31 milhões de reais em igual período de 2011.
Analistas consultados pela Reuters estimavam, em média, prejuízo líquido de 292,1 milhões de reais no segundo trimestre.
Em relatório a clientes, analistas do BTG Pactual consideraram os resultados da Gol como "um dos mais fracos trimestres da história da companhia".
"Apesar dos resultados da Gol poderem melhorar diante de uma sazonalidade melhor, já que o segundo trimestre é o mais fraco, e esforços para melhorar receitas e custos, as tendências operacionais seguem ainda fracas", afirmaram os analistas em relatório.
"O resultado bem abaixo do esperado no segundo trimestre nos impede de sermos mais positivos neste momento", acrescentou.
A companhia revisou suas estimativas de desempenho para 2012 e agora espera encerrar o ano com margem operacional (Ebit) negativa, contra perspectiva anterior de margem de 4 a 7 por cento. No trimestre passado, a margem Ebit ficou negativa em 19,4 por cento e no semestre, em -8,7 por cento.
"Os altos custos com combustível, a depreciação do real frente ao dólar americano que impacta diretamente 55 por cento das despesas operacionais da companhia e o aumento nos custos com tarifas relacionadas a operação aérea no Brasil impactaram significativamente os resultados da Gol e do setor aéreo nacional", afirmou a companhia no balanço assinado pelo novo presidente-executivo da companhia, Paulo Sérgio Kakinoff.
A Gol também revisou sua expectativa de demanda no mercado doméstico em 2012 para crescimento entre 6 e 9 por cento, contra expectativa anterior de expansão de 7 a 10 por cento. Além disso, a empresa reduziu sua estimativa de aumento de oferta de assentos este ano.
A companhia que anunciou em junho a demissão de 190 tripulantes encerrou junho com 18.966 funcionários, 1,5 por cento acima do total verificado um ano antes.
A frota em operação da companhia no final do trimestre passado somava 129 aeronaves um avanço de 18,7 por cento sobre os 109 aviões de um ano antes.
A Gol fechou o segundo trimestre com um caixa de 1,9 bilhão de reais, "adequado para suportar um cenário macroeconômico desafiador para a indústria", segundo a empresa.
(Por Alberto Alerigi Jr.)Alberto Alerigi Jr.