Lucro da Copel volta a cair no trimestre

17/08/2012 07:37

Resultado líquido da estatal diminuiu pelo segundo trimestre consecutivo, novamente afetado pelo aumento de custos.

O lucro da Companhia Paranaense de Energia (Copel) voltou a cair no segundo trimestre, e novamente influenciado por um forte aumento nas despesas. O resultado líquido da companhia foi de R$ 184,9 milhões, 28,2% inferior ao do mesmo período do ano passado. O valor também foi o mais baixo desde o último trimestre de 2010. Como o lucro já havia caído nos três primeiros meses do ano, a estatal fechou o semestre com uma redução de 21,4% em seu ganho líquido, que somou R$ 504,7 milhões de janeiro a junho.

De acordo com a Copel, o terceiro ciclo de revisão tarifária, promovido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), “explica grande parte dessa redução, uma vez que a nova base de remuneração regulatória ficou aquém das expectativas”. Outro fator que, segundo a empresa, justifica a queda do lucro líquido é a elevação das despesas com compra e transporte de energia elétrica e com encargos setoriais.

O gasto com compra de energia elétrica para revenda cresceu 25% no primeiro semestre. No balanço publicado ontem à noite, a estatal atribuiu o forte aumento à correção monetária dos contratos, ao crescimento do mercado e ao “despacho térmico” – o custo de acionamento de termelétricas, que é rateado entre todas as distribuidoras do país. Outro problema foi a valorização do dólar, que encareceu a energia vendida pela hidrelétrica de Itaipu.

Ao todo, os custos e despesas operacionais da companhia cresceram 16,7% no semestre, atingindo R$ 3,369 bilhões. As receitas operacionais, por sua vez, aumentaram 10,6% em relação ao mesmo período de 2011, chegando a R$ 4,056 bilhões. O fornecimento total de energia elétrica da Copel, responsável por boa parte do faturamento, aumentou 5,5% na primeira metade do ano.

Investimentos

O programa de investimentos da Copel parece estar mais lento que o desejável. Em seis meses, a companhia desembolsou R$ 770,7 milhões, pouco mais de um terço do previsto para todo o ano (R$ 2,257 bilhões). A área mais adiantada é a de geração e transmissão, que desembolsou 43% do previsto para o ano. Os ramos de distribuição e telecomunicações, por sua vez, investiram apenas 26% e 28% do planejado para 2012.